segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Murialdo, Zanolli, Gaeco e o jogo de pingue-pongue




O cenário político de Içara é visto atualmente como um jogo de pingue-pongue. Cada uma das chapas é representada pelos dois jogadores que se mantém na disputa. O alvo deles? A Operação Moralidade, representada pela bolinha de pingue-pongue, que rola de um lado para outro desesperadamente. O mais impressionante de tudo é que os fatos desencadeados pela operação moralidade, que, é bom lembrar, se trata de possível desvio de verba, formação de quadrilha, pagamento de propina e fraude em licitações, atualmente são os fatores menos discutidos em toda a situação.

Me causa revolta e decepção a forma como estão tratando tamanha denúncia. Os holofotes apontam para quem, no momento, está com a bolinha e fica por isso mesmo. Há momentos em que os fatos jogam a situação para um candidato e outros que denúncias, ainda que absurdas, joga para outro... E assim segue o jogo. Vale tudo para apontar um culpado e usar a operação para fazer política. Como sempre, a parte mais prejudicada é a população, que no meio de toda essa confusão, já não sabe no que pensar.

O envolvimento


Sim, a operação desempenhada pelo Gaeco é um marco na história de Içara, o fio de esperança para o fim da corrupção e os únicos que podem mudar tal situação são os eleitores. E, para isso, é preciso saber o culpado e não votar neles. Mas, o processo corre em segredo de justiça. Com exceção do que é dito pela própria justiça, qualquer suposição é apenas suposição. Ninguém vai achar um culpado por que os atuais fatos mostram que todos são culpados. Mas, já que insistem em levar esse jogo à frente, vamos aos dois fatos concretos.

José Zanolli (PSD) era vice-prefeito e, por esse motivo, tinha participação nessa administração. Mas, um vice-prefeito não tem qualquer poder de decisão. A função legal dele é “substituir o prefeito no caso de vacância e auxiliá-lo sempre que for por ele convocado para missões especiais”. Foi presidente do Samae, que também está sendo investigado. Mas, a época em que foi presidente está fora das investigações do Gaeco. Agora, surgiu a denúncia inusitada do tal do Nei da Jacomina (José Fernandes Silveira).


Na declaração, reconhecida em cartório, o empresário disparou que durante 2009 e 2010, quando o Samae era presidido por Zanolli, entregava para o mesmo uma quantia de R$ 16 mil e R$ 20 mil pelos valores pagos pela autarquia à empresa dele. Declarou que chegou a ir à residência, em certa ocasião, e ter entregue a esposa de Zé uma quantia de R$ 10 mil, num momento em que o então presidente não estava na residência dele. No final do depoimento, o empresário informou que recebia uma remuneração mensal de R$ 2 mil por mês de Zanolli e todo o restante era entregue ao presidente.

Pois é... O próprio envolvido, que supostamente retornava tais propinas e que, portanto, também teria cometido o crime de desvio de verba, levou essa informação a justiça! O motivo? Uns dizem que ele resolveu “contribuir” com a justiça para ter uma penalidade menor. Outros garantem que o cara é PMDB rachado... E outros chegam a comparar a situação com o caso do China que, através da imprensa, disse que tinha sérias denúncias contra Gentil e que levaria a justiça quando fosse depor no processo que pedia a cassação do prefeito. Mas, no dia da audiência, ficou doente e não foi...

O Ministério Público encaminhou a denúncia para a delegacia civil de Içara. O documento ficou nas mãos do delegado Rafael Iasco, que pegou 30 dias de férias. Deve dar encaminhamento apenas quando retornar. Mas, agora os advogados de Murialdo querem que a denúncia volte para a promotoria e também faça parte da Operação Moralidade...


Murialdo Gastaldon (PT) não tem qualquer envolvimento na operação, mas está coligado com o PMDB, partido do atual prefeito, Gentil da Luz. Quando fechou com o PMDB, Murialdo já sabia que teria que enfrentar tal situação. Recentemente o Ministério Público pediu o rompimento do contrato do Samae com a Fort e o afastamento do ex-presidente Paulo Preis Neto. A própria promotora disse que foi constatado o recebimento, por parte de Preis, de propina que somam R$ 60 mil, desta empresa. E Paulo Preis está com Murialdo. Pede votos para ele e está envolvido na campanha, como tantos outros... O próprio prefeito continua participando das reuniões. Tanto é que algumas ocorrem na casa dele.

Por fim, o jogo segue acirrado e a bolinha de um lado para outro... A pergunta é uma só. O jogo termina quando as investigações forem concluídas ou quando acabar a eleição?

Um comentário:

  1. Sugestão para incluir no novo hino de Içara - Se gritar pega ladrão, não fica nem o meu irmão!
    Delegado, libera o inquérito para sabermos quem roubou com ajuda de quem!
    Saudações... da Sanga Funda!

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