Aos poucos a campanha eleitoral de Içara vai traçando de forma significativa os perfis dos candidatos e o modelo de administração que eles pretendem trazer para o município. Murialdo Gastaldon (PT): professor universitário, economista graduado e pós-graduado. Faz valer sua formação intelectual todas as vezes que discursa. Já começa a se apresentar com uma fala acessível, mesclada com o vasto conhecimento das áreas estruturais da cidade e os reflexos disso no dia a dia das pessoas. É inegável e notório, como também natural devido a condição dele, que o petista se saia deveras melhor que o adversário num debate. Tem fala firme, não lê no debate e demonstra total seriedade quando se apresenta num discurso.
José Zanolli: nem tanto conhecimento técnico, mas uma noção vasta do sentimento da população, principalmente no que se refere as necessidades do município. Também pudera, ele participou da administração. É o tipo do candidato “boa praça”, que prefere imprimir uma imagem simpática, popular e pacífica. A propósito, também é inegável que o candidato do PSD se imponha muito mais à vontade no meio do povo do que o próprio candidato do PT, que vem construindo isso dia a dia. Zé é desinibido, Murialdo, ainda tímido. Enfim, quem ouve o Murialdo num debate presencia um homem sério, inteligente e preocupado em passar a imagem que ele quer que prevaleça. Quem ouve o Zanolli, nota uma figura popular, simpática, que usa exatamente a mesma linguagem daquela utilizada no bairro mais pobre da cidade e com a pessoa mais desprovida de conhecimento.
Personalidades diferentes e perfis distintos dão aos eleitores a oportunidade de escolha, conforme as próprias convicções. Afora os escândalos e o envolvimento ou não de cada um deles nessas últimas polêmicas de Içara, o fato é que, tanto um quanto o outro tem qualidades e defeitos. As propostas, o passado, e o perfil devem ser os fatores decisivos para a ação final de uma campanha: o voto propriamente dito.
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